Pretende-se divulgar e partilhar artes, experiências, frustrações, projectos e sonhos.
Desafio, por isso, os alguns de entre os muitos a participar quer como espectadores quer como actores ...cá fico à vossa espera!
E começo por contar a minha (por capítulos, dada a extensão)

Nascemos artistas … queremos exprimirmo-nos… como fazê-lo, com que meios, com que objectivo?
Tenho como objectivo, ao fazer esta sessão, mostrar que cada pessoa é um ser que, mesmo não tendo nada a ver com os outros , pelas experiências e vivências por que passou sempre tem uma história para contar.
Cada um terá a sua forma de o fazer, não interessa quais os meios que adoptarão, pois tudo depende do que cada um é, de como “sente” as coisas, do meio onde está inserido e daquilo com que pode contar para fazer a sua “caminhada”, pois como alguém disse:
“Os caminhos são muitos mas a meta é a mesma…”
Assim sendo falarei por mim, o que sou, por onde comecei, os caminhos que percorri, os lugares onde estive e vivi, observando o que me rodeava, conhecendo outras gentes e outras culturas.
Pesquisei tudo o que pudesse estar relacionado com o que me interessava, tanto em livros, como em vídeos, em galerias, em experiências próprias…
A minha caminhada é pessoal e relativa, pois, como já disse atrás, somos artistas mas todos diferentes, e o facto de nos podermos observar e trocar experiências e opiniões, mesmo não estando de acordo, já é um ponto de partida para sairmos de encruzilhadas, seguir caminho e consequentemente chegar a conclusões que poderão manter ou mudar os nossos rumos…
Desde pequena que gostava imenso de ver os outros a pintar sobretudo a “fazer desenhos” . Esses outros eram da minha família materna e nunca saíram do anonimato…
Chegada aos meus 14 anos de existência e ainda sem saber o que havia de seguir, encontrava-me a viver na Ilha do Sal, Cabo Verde, onde permaneci 2 anos.
Uma ilha com 25 km de comprimento por 8 de largo, completamente inóspita com apenas um morro, donde se via o mar à volta de toda a ilha, … sem uma única erva… pois não chovia há mais de 12 anos … apenas uma estrada alcatroada ligava à zona militar, onde o meu Pai comandava, até ao aeroporto que, por sinal, era o ponto de distracção de todos os residentes, militares e nativos, tal o tráfego de aviões de todos os tipos, militares e internacionais.
Ou seja, vivia no meio do NADA …


Frequentei um colégio, para fazer os dois últimos anos do 2º Ciclo do Liceu, da forma mais elementar e precária (no sentido de quase nunca haver material) onde o pau de giz era o bem mais precioso tanto para os professores, para escrever no quadro, como para mim, que, sempre que podia, “palmava” um ou outro pedaço para poder esculpir pequenas figuras humanas com a ajuda de meia lâmina de barbear…
Isso dava-me um prazer enorme e, ao mesmo tempo, um grande frustração, pois que se partiam com muita facilidade, dada a fragilidade do material…

Findo esse período, e tendo passado no exame de admissão às Belas Artes de Lisboa, “caí de pára-quedas” aos 16 anos no meio de gente muito estranha na Escola de Belas Artes de Lisboa…
Imagine-se o choque de sensações de quem saíu de uma terra do NADA para um mundo onde o relacionamento entre colegas e professores era muito controverso… e polémico.
“Sobrevivi…” e cheguei ao final do curso que, nos dois primeiros anos, funcionava em simultâneo para Pintura e Escultura. No 3º teríamos de optar, e, no meu caso, foi o de Escultura, onde pratiquei, entre outras disciplinas, a de Desenho - para mim de importância extrema - onde era prática corrente aguadas monocromáticas com água de café ou de vieux chêne.
De imediato, e dado que um artista plástico em Portugal não sobrevive só das artes, segui então a via do Ensino Preparatório, em que fui professora durante 33 anos.
No ano do Acidente – 2001, passei então ao estatuto de reformada… esse foi um marco muito importante para a viragem de página, como mais adiante se poderá ver…
Tchiii! Nem tinha dado conta da tua passagem por Cabo Verde.
ResponderEliminarPassei 2 ou 3 vezes pelo Sal, a caminho da Praia ou do Mindelo, onde fui dar aulas. A sensação que tive foi exactamente a mesma que tu tiveste: o NADA...
E a Praia e o Mindelo não são muiiiiiitoooo melhores...
Lembro-me de no final do curso que fui dar ter pedido desculpa aos caboeverdeanos por os termos colocado lá... Não se faz!... :-)
Tou esperando pelos próximos capítulos.
Mas eu adorei estar no Sal, aquela terra nha cretcheu sabinha tem feitiço até mais não... apesar do NADA. Tinha e tem um povo maravilhoso que tudo fazia para SABER viver!
ResponderEliminarAdorei, Lena... e não há mais histórias da tua vida? E telas? E fotos? Da época da faculdade, por explo.
ResponderEliminarAdorei o teu Blog... AMEI a tela que está no fim do Bolg. Linda.
Beijo Beijo!
Inês.
Pouco a pouco vou colocando. Bjs
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